From Zero, Linkin Park

É 2024 e temos um álbum de inéditas do Linkin Park. Por mais que essa frase possa soar estranha, é a realidade e eu não poderia estar mais realizado. O LP é uma daquelas bandas que eu escuto desde a adolescência, procurando cada detalhe das letras e discos de tempos em tempos. Quando o antigo vocalista, Chester Bennington, faleceu, em 2017, me senti extremamente triste. Apesar de ter ouvido pouco a banda nos últimos álbuns, ainda assim havia uma grande admiração, respeito e interesse pelo seu trabalho.

Lembro de como fiquei triste em entender que jamais veria eles ao vivo. Nas vezes em que tocaram no Brasil eu não tinha grana pra ir e também era um daqueles adolescentes chatos, que não gostava do que era o mainstream. Mal sabia eu que minha versão de 2024 estaria não só ouvindo a banda sem parar, como também sendo agraciado com um disco novinho em folha, com uma nova formação e mudanças importantes de paradigma.

O contexto

O primeiro ponto que mexeu bastante com os fãs da banda foi a introdução de uma vocalista principal, chamada Emily Armstrong. Como o LP sempre teve apenas um vocalista principal, com uma voz muito característica, introduzir outra pessoa já seria uma grande ruptura com o legado da banda. Sendo uma mulher, isso foi intensificado, principalmente porque boa parte dos fãs de rock são pessoas que seguem alguns estereótipos antiquados e que nem vale a pena citar aqui.

O mais interessante é que mesmo com todas essas características que podemos colocar como desfavoráveis, a chegada de Emily foi uma das melhores coisas que já aconteceu na banda. Além de voltarem à ativa, viraram uma tendência, com boa parte das redes sociais e veículos de mídia cobrindo essa nova fase da banda. Além disso, uma turnê de retorno passou por alguns continentes do mundo, sacudindo estádios e casas de show e dando aquela sensação de nostalgia que a gente tanto gosta.

Vale lembrar que a introdução de Emily foi anunciada com nada menos que um show, transmitido ao vivo pela internet além do presencial.

As músicas

The Emptiness Machine foi a primeira música lançada pela banda, como single. Logo fez muito sucesso por mostrar que a banda estava alternando entre a musicalidade dos discos mais recentes, mas trazendo elementos de quando tiverem mais sucessos, nos idos dos anos 2000.

Não estou lembrado agora, mas acho que é uma das poucas músicas que Mike Shinoda, vocalista de apoio e multi-instrumentista, canta de forma mais melódica, sem serem as partes de rap com as quais estava habituado.

É muito legal ver como a música como arte é algo dinâmico e vivo. Os vocais de Emily nessa faixa mostram a versatilidade da banda, que tem riffs e pontes que lembram músicas mais antigas como Somewhere I Belong, mas não soam idênticas, trazendo novos elementos como um tempo de bateria de certa forma inédito para a banda, além dos novos vocais.

continua…

Capa

Tracklist

  1. From Zero (intro)
  2. The Emptiness Machine
  3. Cut the Bridge
  4. Heavy is the Crown
  5. Over Each Other
  6. Casualty
  7. Overflow
  8. Two Faced
  9. Stained
  10. IGYEIH
  11. Good Things Go